quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Histórico do Colégio Estadual Manoel dos Santos Rosal

O Colégio Estadual Manoel dos Santos Rosal está localizado na Avenida 09, S/N, Centro, na área urbana do município de Pindorama do Tocantins, Estado do Tocantins, tem em seu entorno residências. Atua no Ensino Fundamental de 6º ao 9º ano e no Ensino Médio de 1ª à 3ª série, curso Médio Básico, nos turnos: matutino com 04 turmas de Ensino Fundamental e 03 turma de Ensino Médio; vespertino 03 turmas do Ensino Fundamental e 03 turmas do Ensino Médio, totalizando um atendimento de 367 alunos. As aulas funcionam de acordo com as normas da Secretaria da Educação e Cultura, com duração de 50 minutos nos turnos matutino e vespertino. No turno matutino as aulas iniciam às 07h00minh e terminando às 11h25min; no turno vespertino as aulas têm início às 13h00minh e término às 17h25min. Atualmente o Ensino Fundamental é regularizado pela Portaria SEDUC nº. 0198 de 22 de janeiro de 2001 e o Ensino Médio Básico são reconhecidos pela Portaria SEDUC nº. 3055 de 27 de abril de 2004.
Em 1947 o Governo do Estado de Goiás, Jerônimo Coimbra Bueno, recebeu do governo federal o General Eurico Gaspar Dutra verba para a construção de prédios escolares e o governo goiano autorizou a construção de prédios escolares em vários municípios goianos, dentre esses, Natividade foi beneficiada. Naquela época existia uma reivindicação para construção de uma escola para os fazendeiros desta região, que era conhecida como gerais. Em 1948, o Major Júlio Nunes da Silva, Prefeito de Natividade, nomeou uma comissão constituída pelos Senhores João Araújo, Tenente Salvador e Major Veríssimo, os quais se dirigiram até a casa do Senhor Adelino Pedro Belém (Deco Belém), na Fazenda Aldeia, e solicitaram que fosse formada outra comissão para juntos procurarem o local ideal para a construção do referido prédio. A comissão local foi formada pelos Senhores Zeferino Braz, Alexandre Pedro Belém e José Lima, todos moradores da região. A partir daí as comissões passaram a procurar o local adequado, que atendesse as exigências do governo que pedia terras férteis e ricas em água. Após várias sugestões, as comissões decidiram por construir o prédio à margem direita do Ribeirão Gameleira, em terras cuja posse pertencia à Senhora Josefa Belém. Inicia-se a construção do prédio tendo como mestre de obras o Senhor Benício Araújo, que utilizou a mão de obra local, onde todo o material utilizado na obra foi feito ou cedido pelos Senhores Sérgio de Aguiar, Termosires José de Oliveira, Zeferino Braz e outros moradores do lugar.
Em 28 de outubro de 1948, foi inaugurada a escola com duas salas e uma área de recreação, cuja inauguração foi acompanhada com cerimônias de casamentos e batizados. Algumas curiosidades interessantes vieram com essa inauguração, como a primeira casa com telhas e piso revestido de cimento, visita do primeiro automóvel na região, acontecimentos que fizeram o local virar referencial máximo. Quando os moradores perguntavam uns aos outros “aonde você vai?”, respondiam “vou para o prédio!”. Começou assim a trajetória educacional deste “prédio”, com o nome de Escola Isolada Municipal General Eurico Gaspar Dutra. No dia 1º de março de 1949, dando origem também ao Distrito que, após o funcionamento da escola, foram construídas casas em seu entorno pelos fazendeiros da região que trouxeram seus filhos para estudarem, atraindo também imigrantes de outras regiões, principalmente dos Estados da Bahia e Piauí. Nos arquivos da escola ainda contem alguns registros desse início.
Do período de 1949 a 1959 funcionava apenas uma turma de alfabetização, que era chamada de 1º, 2º, 3º e 4º livro, a outra sala servia de alojamento para os professores. Alguns anos depois a denominação recebida foi Escola Municipal Reunida General Eurico Gaspar Dutra e só após a implantação do curso de 1ª, 2ª 3ª e 4ªsérie, na década de 1960, recebeu o nome de Escola Estadual Eurico Gaspar Dutra. No ano de 1980 foi implantado o ensino de 5ª a 8ª séries, de forma gradativa, pelo Secretário de Educação do Estado de Goiás, Senhor José Alves de Assis. Como a escola não tinha nenhuma documentação registrada em Goiás, passou a chamar-se Escola Estadual de 1º Grau Deputado José Alves de Assis, em homenagem ao senhor Secretário. Em 1986, através da Lei 9.977, de 14/01/1986, publicada no Diário Oficial nº 14.905, de 21/01/1986, a escola recebeu o nome de Escola Estadual Deputado José Alves de Assis. Em meados da década de 1980, com a grande demanda de educando a serem atendidos. Foi construído um novo prédio em outro endereço, com estrutura para atender mais de mil alunos, o que possibilitou a ampliação do nível de ensino implantando-se o então Segundo Grau, quando a escola passou a denominar-se Colégio Estadual Manoel dos Santos Rosal, em homenagem ao primeiro Prefeito do Município. Em 1986, foi implantado o então Segundo Grau, com o curso Colegial (não profissionalizante), com apenas uma turma concluinte, passando, no ano seguinte, ao curso profissionalizante Normal. Em 1999, extingue-se o curso Normal e cria o curso Médio Básico, oferecido atualmente. O Colégio Estadual Manoel dos Santos Rosal foi regularizado pela Lei Estadual nº. 585/1993, de 17/09/1993, assinada pelo então Governador do Estado do Tocantins, Moisés Nogueira Avelino. Até 1998 o Colégio mantinha as quatro primeiras séries do Ensino Fundamental, abolidas a partir de 1999, quando passou a oferecer apenas a segunda fase do Ensino Fundamental e o Ensino Médio Básico.
A história do município de Pindorama do Tocantins funde-se com a história da nossa instituição, já que o município  nasceu a partir da construção do prédio escolar e da luta de muitos homens valentes dessa região. Ainda nessa trajetória, apenas a construção do prédio  não foi suficiente, estes mesmos fazendeiros às vezes pagavam com seus próprios recursos a manutenção da escola, inclusive os subsídios dos professores. Por esses e outros tantos motivos a escola é referência no município, bem como na vida de seus moradores.
A escola era administrada, até o ano de 1979, apenas pelo Diretor. Após esse período foram criados outros cargos administrativos como, vice-diretor, secretário, coordenadores de apoio, pedagógico, de biblioteca e financeiro, que contribuíram  para a construção da história desta escola.
A escola funcionou no início de sua existência, com apenas uma sala, contendo uma mesa com cadeira, os alunos sentavam em bancos doados pela população. Somente o professor possuía um livro chamado ABC e a tabuada. Com o passar dos anos, os materiais foram lentamente fazendo parte do acervo, tais como, mobiliários, mapas, canetas, lápis, cadernos, livros, máquinas de escrever. As dificuldades enfrentadas foram muitas, a primeira auxiliar de serviços gerais da escola, senhora Zulmira Ribeiro de Siqueira, hoje aposentada, em seu depoimento fala:
“Quando comecei a trabalhar, no ano de 1965, as coisas eram muito difíceis, nós cuidávamos da limpeza, de tudo fazíamos um pouco. A água era apanhada no córrego. Com o passar dos anos, as mudanças vagarosamente foram acontecendo, como a chegada da bomba para o poço, as carteiras duplas, dentre outros objetos que revolucionaram a escola. Falam hoje que enfrentam dificuldades, a escola melhorou demais, quantas vezes ficamos sem lavar as coisas porque o sabão vinha da Secretaria em Goiânia;  quantas vezes trabalhamos anos sem receber; tínhamos que trazer as coisas de casa para colaborar com a escola. As transformações foram muitas, algumas para melhor, outras para pior. Lembro-me com saudade do quanto respeitávamos a Pátria, alunos, professores e funcionários tinham um espírito de solidariedade, de respeito bem maior. Outra coisa, não sei se é impressão minha, mas naquela época, não sei o que acontecia, mas todo aluno sabia ler e escrever e as quatro operações, isso hoje,não acontece com todos. Essa escola naquele tempo era uma referência muito grande para a nossa região. Por aqui passaram muitas pessoas que hoje são médicos, engenheiros, dentistas, contadores, advogados, padres e tantos outros profissionais. Eu acredito que hoje essa escola tem a capacidade de transformar a nossa sociedade já que tem tantos professores formados e tanta tecnologia.”